Uma questão comum destina-se esclarecer se o treinamento faz aumentar o numero de células musculares (hiperplasia). Se isso de fato ocorre, até que ponto contribui para o aumento muscular evidenciados nos seres humanos. A sobrecarga crônica induzida pelo treinamento no sistema muscular esquelético em varias espécies animais demonstrou surgir novas fibras musculares a partir de células satélites, ou por divisão longitudinal. Influenciadas por condições como estresse muscular, as células satélites normalmente adormecidas se transformam em novas fibras musculares.
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ATLETA DE BODYBUILDING |
Foi observado evidencias da ocorrência de hiperplasia muscular em ratos submetidos ao treinamento resistido de alta intensidade. Estudos posteriores também apresentaram esta adaptação do aumento do numero de fibras musculares esqueléticas em animais que participaram de um programa de treinamento resistido.
Com aves Sola; Christensen; Martin (1973) utilizando um modelo aviário colocando um peso na asa de uma galinha relativa a 10% do peso desta ave por um período de 30 dias sem interrupção. Constatou que o músculo dorsal responsável pelos movimentos da asa aumentou o numero de fibras na ordem de 16%. Outras experiências utilizando o mesmo princípio com o mesmo fundamento chegaram a resultados ainda maiores (172%) na massa muscular das aves verificadas.
Outros fatores promoveriam a hiperplasia muscular como à sobrecarga mecânica que provocou mudanças na porcentagem de fibras musculares em todos os modelos analisados. Em especial nos modelos aviários que demonstrou maior aumento no numero de fibras (cerca de 21%), em relação aos mamíferos (cerca de 8%).A sobrecarga de alongamento rendeu maiores aumentos no numero de fibras musculares do que a hipertrofia compensatória.
Os resultados deste estudo sugerem que em varias formas animais a sobrecarga mecânica proporcionou o aumento no número de fibras musculares.Embora este fenômeno ainda não ser constatado de fato na espécie humana como adaptação do treinamento resistido de alta intensidade a hiperplasia muscular parece não ser uma adaptação improvável nestes indivíduos. Alguns autores fornecem consideráveis dados que sugerem a ocorrência do aumento no numero de fibras musculares em seres humanos praticantes dessa modalidade de exercícios.
Powers; Howley (2009) relatam que possível parte do aumento muscular relacionado ao treinamento resistido prolongado de alguns fisiculturistas seja resultado de hiperplasia por apresentarem mais fibras por unidades motoras do que população geral
Segundo MacDougall et al (1984) verificou que a circunferência do braço de fisiculturista ser cerca 27% maior que indivíduos sedentários, o tamanho da área de secção transversa das fibras do tríceps braquial destes atletas não se representa diferença das outras pessoas avaliadas. Assim a hiperplasia poderia ter exercido importante papel no aumento muscular desses atletas.
Um dos fatores que dificulta para verificar a ocorrência do efeito hiperplásico em seres humanos é a metodologia utilizada na investigação desse processo que demonstra ser muito invasiva encontrando barreiras éticas para sua aplicabilidade. Podendo ser observada o aumento do numero de células musculares em humanos só pelos métodos de tomografia computadorizada e ressonância magnética. Impossibilitando a contagem de fibras musculares pelos métodos evasivos.
Embora a possibilidade de hiperplasia muscular ocorrer, sua importância para o treinamento resistido ainda precisa ser estabelecida. Este mecanismo não poderia justificar mais que 5 % do crescimento muscular em determinados indivíduos (UCHIDA et al, 2003).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MacDougall, J.D, SALE, D.G;
ALWAY, S.E, SUTTON, J.R. Muscle fiber number in biceps brachii in bodybuilders
and control subjects. J Appl Physiol;
57(5):1399-403. 1984.
POWERS, S.K ,
HOWLEY, E.T. Fisiologia do exercício:
teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 6ed. Barrueri: Manole, 2009.
SOLA, O. M., CHRISTENSEN, D. L., MARTIN, A. W. Hypertrophy and hyperplasia of adult chicken
anterior latissimus dorsi muscles following stretch with and without
denervation. Exp. Neurol. 41:
76–100, 1973.
UCHIDA,M.
C.CHARRO, M. A.BACURAU, R. F. P. NAVARO, F. PONTES JUNIOR, F. L. Manual
de musculação: uma abordagem teórico -prática ao treinamento de
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